A estagnação do mercado imobiliário em 2021
A pandemia teve efeitos devastadores na economia mundial e, de forma expectável, terá contribuído para a estagnação do mercado imobiliário nacional no ano em curso, cuja a economia enfrenta uma ressecção de 5 anos a esta parte.
O agravamento dos fatores de produção foi uma realidade com a subida dos preços dos materiais de construção civil, em geral, consequência da desvalorização do kwanza, a subida das taxas de juro e simultaneamente a implementação do imposto do IVA à taxa de 14%.
Sendo a economia nacional fortemente dependente das importações, ao nível mundial verificou-se um forte aumento da procura, após um grande período de paragem e de expectativa, mas também devido ao facto de muitas indústrias terem tido grandes perturbações na produção. As linhas de produção pararam ou diminuíram a sua capacidade produtiva, o petróleo subiu e, os preços das matérias-primas, tiveram incrementos nalguns casos muito superiores a 30%.
Os fatores atrás referidos, tem óbvias consequências para as empreitadas de construção civil, para a promoção imobiliária e em última análise para os consumidores finais, que se viram privados de novos projetos capazes de dinamizar e animar os agentes do sector.
Neste contexto o mercado caracterizou-se essencialmente por:
– Adiamentos de decisões por parte de investidores e donos de obra, aguardando por uma estabilização do mercado, para o desenvolvimento de novos projetos;
– O cancelamento das empreitadas;
– A diminuição das margens das empresas nas empreitadas em curso, o que conduziu em alguns casos a renegociação dos orçamentos contratualizados;
– Manutenção dos valores de venda e escassez de transações;
– Uma grande dificuldade em repercutir as subidas no consumidor final, originando menores margens de lucro para as empresas, prejudicando assim o equilíbrio das estruturas financeiras;
– Maior dinamização do segmento do arrendamento habitacional, sobretudo em condomínios.
No médio prazo a incerteza continuará a ditar atuação dos players do mercado, assim como dos consumidores, uma vez que tudo estará muito dependente da evolução dos indicadores da economia nacional, onde destacamos; a redução da taxa de desemprego, a desaceleração do crescimento dos preços, o aumento da produção nacional, a redução da carga fiscal, a valorização do kwanza e a estabilidade do mercado cambial, a melhoria do ambiente de negócios e a atração de investidores internacionais, se revelam cruciais para a retoma gradual da confiança no sector.
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